
Você não pode mudar o que sente, mas pode aprender o que fazer com seus sentimentos. Nós do LIV – Laboratório Inteligência de Vida – acreditamos nesse conceito e por isso levamos para escolas de todo o Brasil um programa de educação socioemocional que ajuda estudantes a conhecerem seus sentimentos e a desenvolverem habilidades para a vida.
Você não pode mudar o que sente, mas pode aprender o que fazer com seus sentimentos. Nós do LIV – Laboratório Inteligência de Vida – acreditamos nesse conceito e por isso levamos para escolas de todo o Brasil um programa de educação socioemocional que ajuda estudantes a conhecerem seus sentimentos e a desenvolverem habilidades para a vida.




A educação é uma das bases fundamentais para o desenvolvimento humano e o progresso de uma sociedade. Por isso, foram definidos pela UNESCO, quatro pilares da educação que representam princípios-chave que devem orientar a prática educacional, destacando sua relevância e impacto na formação de todos os cidadãos.
Quais são os 4 pilares da educação?
Os 4 Pilares da Educação da UNESCO são um conjunto de princípios fundamentais que foram propostos pela primeira vez no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, também conhecido como o Relatório Delors, em 1996.
A origem destes pilares está no relatório Educação – Um Tesouro a Descobrir, que foi publicado pela Unesco em 2010.
Apesar de muito tempo ter passado, esse ainda é um dos documentos mais importantes para a educação. Os 4 pilares são:
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Aprender a Conhecer (Learning to Know): Este pilar enfatiza a importância do desenvolvimento de habilidades cognitivas e intelectuais.
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Aprender a Fazer (Learning to Do): Este pilar se concentra no desenvolvimento de habilidades práticas e competências.
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Aprender a Viver Juntos (Learning to Live Together): Este pilar destaca a importância da educação para a promoção de valores como tolerância, respeito, diversidade cultural, solidariedade e paz.
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Aprender a Ser (Learning to Be): Este pilar reconhece que a educação não é apenas sobre adquirir conhecimento e habilidades, mas também sobre o desenvolvimento pessoal e o bem-estar.

Aprendendo a conhecer: o primeiro pilar da educação
Como bem definiu o relatório da Unesco, aprender a conhecer é aprender a aprender. É ter a habilidade de aproveitar as oportunidades oferecidas ao longo da vida para se capacitar, estudar vários assuntos e ampliar sua rede de conhecimentos. Esse pilar tem como objetivo a educação continuada (lifelong learning). Durante a Educação Básica, e até no Ensino Superior, o estudante vai ter a possibilidade de estudar, em profundidade, um número reduzido de assuntos.
Porém, ele vai continuar aprendendo ao longo da vida se ele for curioso, disposto a aprender coisas novas e apto a explorar fontes de informação (online e offline), cursos de aprimoramento e outras formas de educação continuada. Assim, esse pilar tem a ver com autonomia intelectual e iniciativa de buscar por si mesmo novos conhecimentos, além da capacidade de se adaptar às mudanças.
A capacidade de adaptação e de aprender a aprender e a reaprender, tão necessária para milhares de trabalhadores que terão de ser reconvertidos em vez de despedidos, a flexibilidade e modificabilidade para novos postos de trabalho vão surgir cada vez com mais veemência.
O aprender a conhecer é importante por conta de alguns motivos:
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Devido ao avanço científico constante, é preciso saber se “virar” e aprender esses novos conhecimentos que não serão ensinados na escola.
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Devido às constantes mudanças sociais e econômicas, é preciso ter as ferramentas para aprender qualquer coisa que seja necessária no futuro.
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A ideia é a “lifelong education”, ou seja, que a pessoa continue aprendendo a vida inteira e não acabe na educação básica ou superior.
Por isso, é importante ensinar aos estudantes técnicas de estudo para que eles tenham autonomia para aprender. Eles também precisam perceber quais as formas que gostam de aprender mais, o que funciona melhor para eles e como podem desenvolver melhor os estudos.

Aprender a fazer: o segundo pilar da educação
Outro dos quatro pilares da educação é o “Aprender a fazer”. Aqui o estudante não deve apenas aprender a fazer tarefas e realizar trabalhos, mas envolve a aquisição de competências que capacitam as pessoas a lidar com uma variedade de situações.
Por exemplo:
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Situações imprevisíveis no trabalho;
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Situações imprevisíveis no trânsito;
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Resolução de problemas;
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Proatividade;
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Pensamento criativo.
Nesse caso, aplicando para o hoje, é importante que as escolas trabalhem as ferramentas para que os alunos aprendam a fazer. Alguns exemplos de ferramentas que ajudam os estudantes a aprender a fazer são:
Educação digital
Conhecer como funciona um computador e a internet é uma ferramenta importante para que os alunos aprendam a fazer. É na internet que eles procuram soluções para os problemas; no youtube assistem vídeos aprendendo a fazer coisas necessárias na casa; nos sites de empregos que aprendem a procurar vagas, Inclusive diversos processos burocráticos, como fazer um processo no PROCON ou a declaração de imposto de renda, são feitos online atualmente. Portanto, deve-se ter educação digital como uma das ferramentas importantes para as crianças aprenderem a fazer.
Autoconhecimento
Entender a si mesmo, seus limites e dificuldades também é uma ferramenta importante.
Atualmente, muitas das empresas e empregos esperam que seus funcionários tenham um bom gerenciamento das suas emoções e de seu tempo.
Resolução de problemas
Saber lidar com pressão é muito importante no mundo atual.
Isso permite ao aluno conseguir resolver os problemas com mais calma e sabedoria. Não se desesperar diante dos problemas e buscar uma solução racional é uma habilidade crucial para o sucesso na vida.
Gerenciamento de Tempo e Produtividade
Aprender a organizar tarefas, definir prioridades e gerenciar eficazmente o tempo é crucial para o sucesso acadêmico e profissional.
Saber fazer um cronograma, ser pontual, entender como seu corpo funciona e os melhores horários para ser produtivo são algumas das formas de se auto gerenciar.
Em resumo, além de conhecer, o estudante deve estar apto a colocar sua rede de conhecimentos em prática, tanto no trabalho quanto na vida cotidiana, inclusive em cooperação com outras pessoas. Esse pilar enfatiza a importância da educação técnica-profissional, porque busca a qualificação dos estudantes para o mercado de trabalho.
Mas ele também reforça a necessidade de unir teoria e prática no ensino, contextualizando os conteúdos curriculares, problematizando questões sociais e levando os estudantes a refletirem sobre os seus papéis na transformação da realidade.
Neste aspecto, são essenciais as metodologias ativas de aprendizagem (principalmente a aprendizagem baseada em projetos e a aprendizagem baseada em problemas), porque elas colocam os alunos em ação, no centro do processo de ensino-aprendizagem. A cultura maker também se relaciona com esse pilar, já que ela instiga os estudantes a “colocarem a mão na massa” e trabalharem em equipe.

Aprender a conviver: o terceiro pilar da educação
Para a Unesco, essa é a habilidade mais negligenciada pelas escolas. Os estudantes precisam saber lidar com seus colegas, familiares e amigos. Algumas ferramentas importantes para isso são:
Resolução de Conflitos
A habilidade de lidar com conflitos de forma construtiva e encontrar soluções que beneficiem todas as partes é valiosa em muitas situações pessoais e profissionais. Por isso, habilidades de mediação são ferramentas valiosas para os estudantes.
Ética e Responsabilidade Social
Compreender a ética no trabalho, a responsabilidade social e os impactos das ações individuais e coletivas na sociedade é fundamental para a cidadania consciente.
Trabalho em Equipe
A capacidade de colaborar eficazmente em equipes é importante em muitos ambientes de trabalho. Isso inclui habilidades de comunicação interpessoal, respeito pelas ideias dos outros e capacidade de liderança quando necessário.
Em suma, este pilar nos remete ao desenvolvimento de habilidades interpessoais, como empatia, compreensão do outro, solidariedade, colaboração, respeito e comunicação.
O objetivo deste pilar, segundo o relatório da Unesco, é facilitar a realização de projetos coletivos e a gestão inteligente e apaziguadora de conflitos, principalmente porque vivemos um mundo globalizado e interdependente. Para isso, precisamos reconhecer como precisamos uns dos outros. O respeito à pluralidade de valores, tradições, culturas e religiões também se faz necessário aqui.

Aprender a ser: o quarto pilar da educação
Este pilar reconhece que a educação vai além da mera aquisição de conhecimento e habilidades práticas; ela também desempenha um papel fundamental no desenvolvimento integral dos indivíduos como seres humanos, sendo essa a verdadeira educação integral.
Aqui estão alguns pontos-chave relacionados ao pilar “Aprender a Ser”:
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Desenvolvimento Pessoal: Este pilar se concentra no desenvolvimento da autoconsciência, autoestima e autoaceitação. Ele encoraja os indivíduos a explorar quem são, quais são seus valores, interesses e paixões, e a desenvolver uma compreensão mais profunda de si mesmos.
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Bem-Estar e Saúde Mental: Aprender a ser também inclui o reconhecimento da importância do bem-estar emocional e mental. As escolas podem desempenhar um papel crucial na promoção da saúde mental dos alunos, ensinando habilidades de gerenciamento do estresse, resiliência e empatia.
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Autoatualização: Este pilar visa capacitar os indivíduos a alcançarem seu pleno potencial. Isso envolve encorajar a criatividade, a busca pelo conhecimento e a definição de metas pessoais que inspirem o crescimento contínuo.
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Equilíbrio entre Vida Pessoal e Profissional: A educação deve ajudar os alunos a encontrar um equilíbrio saudável entre suas vidas pessoais e profissionais. Isso é fundamental para a felicidade e a realização ao longo da vida.
Em síntese, o quarto pilar da educação foca na individualidade do aluno. É o desenvolvimento da própria identidade, incluindo a personalidade, as crenças, os valores pessoais, os desejos, as aptidões e as habilidades.
Neste ponto, é imprescindível que a escola ajude os estudantes a reconhecerem suas potencialidades, além de fomentar o autoconhecimento, a responsabilidade pessoal, o discernimento e a autonomia.
Nas palavras do relatório da Unesco, o objetivo é “não deixar inexplorado nenhum dos talentos que, à semelhança de tesouros, estão soterrados no interior de cada ser humano”. Como vimos, esse pilar tem uma forte relação com o os projetos aplicados aos alunos que cursam o Ensino Médio .

Como trabalhar os 4 pilares da educação em sala de aula
Trabalhar os 4 Pilares da Educação da UNESCO em sala de aula requer uma abordagem educacional holística e integrada. Aqui estão algumas estratégias e práticas que os educadores podem adotar para incorporar esses pilares em seu ensino:
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Primeiro Pilar - Aprender a Conhecer:
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Promover o pensamento crítico: Incentive os alunos a fazer perguntas, analisar informações, comparar pontos de vista e tirar suas próprias conclusões.
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Aulas interativas: Use métodos de ensino interativos, como debates, discussões em grupo e resolução de problemas, para estimular o pensamento crítico e a participação ativa dos alunos.
2. O segundo pilar - aprender a fazer:
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Estágios e experiências práticas: Facilite oportunidades para estágios, trabalhos voluntários e experiências práticas que ajudem os alunos a desenvolver habilidades práticas e ganhar experiência no campo.
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Atividades em equipe: Promova o trabalho em equipe e a colaboração, dando aos alunos a chance de resolver problemas juntos e desenvolver habilidades de comunicação.
3. Terceiro pilar - aprender a conviver
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Educação intercultural: Integre conteúdos que promovam a compreensão de diferentes culturas, crenças e perspectivas.
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Projetos sociais: Envolver os alunos em projetos de serviço comunitário e cidadania ativa para que eles compreendam as questões sociais e desenvolvam empatia.
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Resolução de conflitos: Ensine estratégias de resolução de conflitos para promover a paz e a cooperação entre os alunos.
4. Quarto pilar - aprender a ser
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Habilidades socioemocionais: Integre programas que desenvolvam habilidades emocionais e sociais, como empatia, autocontrole e resiliência.
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Estimule a autonomia: Dê aos alunos a oportunidade de tomar decisões sobre seu próprio aprendizado e definir metas pessoais.
Créditos:
Antonio Belelli - Mestre em Educação, Pedagogo, especialista em:Psicologia Educacional,Neurociências e Psicanálise, Neuropedagogia, Gestão em Administração Escolar.
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