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 Neurose, sintomas, causas e possíveis tratamentos

A neurose está relacionada a questões emocionais, além de ser definida por alterações afetivas exageradas. Diante disso, existem diferentes tipos de e estas podem acometer diferentes pessoas ao redor do mundo. Ela se refere a uma estrutura psíquica onde o indivíduo possui apreensões sobre tudo em sua volta. São vulneráveis quando se fala da perspectiva emocional, não reagindo bem a críticas, mudanças ou algo que o tire de sua zona de conforto.

Os chamados neuróticos são aquelas pessoas que têm limites entre o consciente e inconsciente e assim acaba por se manifestar em forma de histerias, compulsões e obsessões.

Neuroses representam uma forma da nossa mente de se auto regular perante traumas e sentimentos recalcados quando crianças em nossas fases de desenvolvimento. Desta forma, essas emoções há tempos reprimidas tendem a voltar quando passamos por situações de estresse que relembram ao nosso inconsciente todo esse evento. As pessoas consideradas neuróticas se encontram na maioria das vezes manifestando sentimentos à flor da pele, justamente por ter pensamentos que as deixam nervosas em seu dia a dia, o que pode prejudicar todas as áreas de sua vida.

Diante disso, elas podem ser bastante vulneráveis por não conseguirem muitas vezes agir de forma adequada às modificações que acontecem em sua vida. Esta palavra é popularmente usada pelas pessoas, e muitas delas não sabem ao certo o seu significado.

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O que é a neurose?

A neurose se refere a manifestações que ocorrem nas estruturas mentais e que pode ser manifestada por histerias, obsessões e compulsões. Ela está relacionada também a uma forma da pessoa ser e de reagir à vida ou a uma reação aumentada do sistema nervoso ligada a uma experiência vivida anteriormente.  

A neurose foi classificada pela primeira vez como sendo uma doença advinda de distúrbios nervosos e psicológicos. O médico Willian Cullen, no ano de 1769, apresentou este termo. Porém, foi Sigmund Freud, que desenvolveu a teoria psicanalítica e que acabou por dar um significado ao termo como sendo o modo como o indivíduo se relaciona com os seus desejos e com as suas contradições.

Para entender o que é esse fenômeno se faz necessário compreender que, assim como alguns distúrbios psíquicos, elas têm a sua origem na infância, durante a constituição do sujeito em suas fases de desenvolvimento.

Sendo assim, o recalcamento dos conteúdos conflituosos e indesejáveis serve como um mecanismo de defesa psíquico do indivíduo a fatores externos, embora estes permaneçam no inconsciente de cada um. Tais mecanismos, quando disparados, tendem a vir à tona na forma de sintomas e de padrões repetitivos de comportamento. Neuroses se caracterizam como sendo uma resposta a eventos que foram recalcados, ou seja, que foram reprimidos como uma estratégia mental de defesa, que está relacionada a um ou mais momentos específicos da formação da sua personalidade. Ela pode ser categorizada em diferentes tipos, conforme as particularidades e sintomas específicos para cada tipo desse distúrbio.

Freud e as neuroses: entenda

Sigmund Freud foi um médico psiquiatra e psicanalista que desenvolveu o conceito de neurose, e esta se refere a uma de suas principais contribuições. De acordo com Freud, ela está amplamente ligada à sexualidade humana. Ele destacou que se encontra diretamente relacionada a questões corporais de origem somática. 

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Os três tipos de neuroses: conheça

Pode ser dividida em três tipos: obsessiva, fóbica e histérica, todas elas podem se manifestar sendo decorrentes de eventos estressantes, que fazem o inconsciente despertar seus sentimentos recalcados. Estas por sua vez podem variar de tipo de acordo com sua origem e dependendo da fase da infância.

Neurose Obsessiva

É definida a partir da presença de determinados sintomas como, por exemplo, distúrbios do  pensamento com ideias obsessivas ou repetitivas, que provocam sofrimento e atos compulsivos. Alguns rituais como lavar as mãos repetidamente, sobre os quais a pessoa não tem controle e ideias obsessivas também fazem parte.

Neurose Fóbica

Trata-se de um quadro caracterizado pelo medo de determinados lugares, objetos ou situações, que estão relacionados a uma série de comportamentos de insegurança e evitamento. Os sintomas predominantes são a sensação de evitamento, o permanente estado de alerta e a atitude de fuga.

Neurose de Histeria

Neste tipo o que pode acontecer é a perturbação mental na qual pode surgir um estreitamento do campo da consciência ou alterações motoras ou sensoriais. O sujeito raramente tem consciência de tais alterações. 

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O que são as neuroses obsessivas?

São manifestações de comportamentos ligados à obsessão por algo, ela acontece quando o sujeito se encontra em um estado de estresse. Se caracteriza pela presença de sintomas compulsivos como as ideias persistentes e a realização de atos não desejáveis. É quando a mente humana é invadida contra a vontade do indivíduo por imagens, ideias ou palavras.

Considera-se que a neurose obsessiva é o reflexo de nossas vivências, traumas e recalques. Sendo assim, os seus sintomas são como uma expressão simbólica de um conflito psíquico. 

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Dentro dos seus estudos, Freud comparou a de tipo fóbica com a de angústia, considerando que a fobia causa angústia ao indivíduo que sente esse sofrimento psíquico.

Conforme a teoria freudiana, na crise do tipo obsessiva a consciência e a razão permanecem lúcidas e intactas, porém, essas obsessões incontroláveis podem privar o pensamento e a ação do indivíduo.

O que significam as neuroses fóbicas?

É um tipo de transtorno que se caracteriza pela fixação da angústia em um objeto exterior.

No caso da Neurose Fóbica, o medo do objeto exterior é desproporcional ao seu perigo real, o que acaba provocando reações incontroláveis no ser humano. 

Sendo assim, a fobia é algo como um ataque de pânico quando um indivíduo está perante um objeto, animal, local ou pessoa que lhe cause angústia. As fobias mais comuns em nossa sociedade são as seguintes:

  1. Agorafobia: fobia de espaços abertos

  2. Acrofobia ou medo de alturas

  3. Medo de voar ou aerofobia

  4. Claustrofobia

  5. Fobia de agulhas ou aicmofobia

  6. Coulrofobia ou fobia de palhaços

  7. Fobia social

  8. Glossofobia ou medo de falar em público

  9. Hemofobia

  10. Escotofobia

  11. Tripofobia

  12. Aracnofobia

  13. Fobobia

  14. Tanatofobia

  15. Cinofobia

 

As neuroses fóbicas são tratadas com psicoterapia e/ou psicanálise. A abordagem cognitiva-comportamental é a mais recomendada para o tratamento, pois trabalha na forma como a pessoa vê, sente e pensa em relação ao sofrimento e a dor emocional

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Conceito de Neurose de Histeria

Ela se caracteriza principalmente por estados de alteração da consciência, ocasionando amnésia e perda de memória. É nela que podem vir a ocorrer manifestações sensitivas ou motoras, paralisia, cegueira e alguns tipos de tiques.Geralmente, os sintomas da neurose são temporários. Em seus estudos sobre a histeria, Freud  definiu como sendo uma variante anormal do comportamento, uma atitude exagerada de origem psíquica. Na histeria, o indivíduo acaba por “encenar” doenças como forma de escapar de algumas situações que considera insuperáveis para si.

Foi através do caso de uma paciente chamada “Anna O” que Freud descobriu que as manifestações físicas dos histéricos estavam relacionadas a lembranças reprimidas que tinha grande intensidade para o indivíduo, e concluiu que essas manifestações físicas eram teatrais.

Os indivíduos que possuem a neurose de histeria apresentam sintomas característicos de alguma doença e, por essa razão, estes sintomas foram divididos em dois grandes grupos: os dissociativos e os conversivos. Nos sintomas dissociativos, existe como predominância um rompimento com a realidade, que pode ocasionar eventos como desmaios, amnésias, automatismos, além de outros sintomas. Nos conversivos, apresentam-se a predominância de manifestações físicas que têm origem em conflitos psíquicos, podendo conter contraturas, espasmos, tremores, perda da fala e alguns tiques.

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Sintomas da neurose: importância do diagnóstico

 

Elas apresentam sintomas que variam de indivíduo para indivíduo. Quem se encontra com neurose pode manifestar medo frente a situações corriqueiras, preocupação constante, alterações de humor, fobias diversas, traços histéricos, ou medo de ir a determinados lugares por exemplo. 

É aí que se dá a importância do diagnóstico da neurose, pois, com a avaliação psicológica feita pelo profissional, o psicólogo vai entender quais questões da vida desse paciente o levaram a despertar o estado de neurose, e com isso diagnosticá-lo de forma correta, para que o paciente seja encaminhado para um tratamento psicoterapêutico de qualidade que o ajude com suas neuroses.

Sentimento de instabilidade nas emoções e preocupações excessivas fazem parte desse quadro. O neurótico sente de forma intensa seus sentimentos e emoções, se deixando levar por pensamentos desagradáveis e acaba tendo comportamentos que o prejudicam em seu cotidiano.

As fantasias que muitas vezes são criadas no imaginário de um neurótico acabam por não se concretizar. O sofrimento intenso que é vivido por algo que não ocorreu se torna evidente, trazendo mais angústia e conflitos internos na pessoa.

Alguns dos sintomas que o neurótico pode vir a ter são: angústia, insônia, ansiedade, paranóia, fobias e sensação de vazio entre outros que podem fazer com que a pessoa se torne intolerante em relação ao que acontece em sua vida.

São múltiplas as causas da neurose e qualquer pessoa se encontra sujeita a sentir seus sintomas, por conta disso se faz de grande importância o seu diagnóstico.

Neurose tem cura? Conheça os possíveis tratamentos

Não existe cura, pois ela não é considerada uma doença, mas um estado psicológico. O estado de neurose é um modo do inconsciente mesmo que limitado, o expressar de alguma forma. Apesar de não ter cura, existem tratamentos para que o transtorno não fique tão mal ao paciente, e para que o mesmo tenha uma melhor qualidade de vida.

Existem alguns tratamentos na psicoterapia como a psicanálise e terapia cognitivo comportamental que também se mostram eficazes quando se fala desse assunto.  

O seu tratamento pode acontecer através da psicanálise e este em algumas situações acaba sendo a modalidade indicada, em que tem o seu início na descoberta dos sentimentos, emoções e angústia que geram sofrimento e que se encontram na origem desses sintomas. 

Conclusão

Muitas vezes em estado de neurose, nos descontrolamos e caso não saibamos como nos perceber neste momento este estado pode fazer com que não tenhamos uma saúde mental de qualidade. Ela pode fazer com que o indivíduo apresente sintomas como compulsões alimentares por exemplo, minando a saúde física, e tendo respostas somáticas que paralisam como na histeria e também influenciando o convívio social. 

Em um dependente químico este estado pode ser vivido de forma mais intensa, e por conta disso, alguns sintomas de psicoses como a esquizofrenia, por exemplo, podem vir a ocorrer e ser intensificados, aumentando assim, compulsões e fobias, impossibilitando uma vida saudável para o paciente.   

Por isso, é de grande importância fazer um tratamento psicológico que nos ajude a nos perceber enquanto neuróticos, entendendo quais questões nos fazem ter aquele tipo de angústia excessiva. Procurar ajuda é crucial para a integridade da nossa saúde mental, e assim, podemos assegurar, a nossa saúde física, nossas relações sociais e nos entendermos em nosso passado para que consigamos seguir em frente no presente. 

Fonte:

Chabert, C. (1999). Névroses e états limites. Paris: Dunod.      

Ferraz, F. (1996). Das neuroses atuais à psicossomática. Percurso, 16 (1), 35-42.       

Figueiredo, L. C. (2003). Elementos para uma clínica contemporânea. Escuta: São Paulo.       

Freud, S. (1905). Meus pontos de vista sobre o papel da sexualidade na etiologia das neuroses. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. VII. Imago: Rio de Janeiro, 1969

Antonio A. Belelli - Neurocientista e Neuropedagogo, Mestre em Educação.

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