Você não pode mudar o que sente, mas pode aprender o que fazer com seus sentimentos. Nós do LIV – Laboratório Inteligência de Vida – acreditamos nesse conceito e por isso levamos para escolas de todo o Brasil um programa de educação socioemocional que ajuda estudantes a conhecerem seus sentimentos e a desenvolverem habilidades para a vida.
Você não pode mudar o que sente, mas pode aprender o que fazer com seus sentimentos. Nós do LIV – Laboratório Inteligência de Vida – acreditamos nesse conceito e por isso levamos para escolas de todo o Brasil um programa de educação socioemocional que ajuda estudantes a conhecerem seus sentimentos e a desenvolverem habilidades para a vida.
Política Nacional
de Alfabetização
Letramento e alfabetização nos anos iniciais: qual a importância?
Fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e social das crianças, o letramento e a alfabetização garantem a aquisição adequada de habilidades que serão usadas ao longo de toda a vida do ser humano. Juntas, essas ferramentas proporcionam o desenvolvimento de habilidades essenciais, como a escrita, a leitura e a comunicação. Além disso, o desenvolvimento de ideias e a coordenação de pensamentos mais complexos também dependem de uma base sólida construída nos primeiros anos de educação básica da criança.
A alfabetização e o letramento constituem a base sólida para a aprendizagem contínua ao longo da vida das crianças. Nos anos iniciais da educação, é fundamental fornecer uma base sólida de habilidades de leitura e escrita. Essas habilidades formam a infraestrutura cognitiva necessária para que as crianças possam explorar e compreender o mundo que as cerca. Dentro deste contexto, a leitura é a chave de acesso a uma vasta quantidade de informações.
Seja através de livros, revistas, jornais ou conteúdos online, a capacidade de ler permite que as crianças acessem uma variedade infinita de ideias, opiniões e perspectivas, enriquecendo seu repertório cultural e intelectual.
Do mesmo modo, a escrita também desempenha um papel determinante na consolidação do aprendizado. Quando as crianças praticam a escrita, elas reforçam conceitos, internalizam informações e aprimoram a capacidade de expressar suas ideias de forma clara e estruturada.
A alfabetização e o letramento também contribuem para o desenvolvimento de autonomia na aprendizagem e para a capacidade de resolver problemas.
Alfabetização e letramento como pontes para o conhecimento
Nos anos iniciais da educação, o processo de alfabetização e letramento desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da linguagem e comunicação das crianças. A aquisição dessas habilidades não se limita apenas ao aprendizado das letras e palavras, mas também envolve a compreensão da estrutura da língua e a capacidade de expressão oral e escrita. Desse modo, permitem que as crianças comuniquem suas ideias e sentimentos de maneira mais precisa e clara.
A prática da leitura, seja em sala de aula ou em casa, também promove o desenvolvimento da escuta ativa nas crianças. Esse processo é essencial para aprimorar suas habilidades sociais, como a capacidade de ouvir os outros, compreender diferentes perspectivas e respeitar as opiniões alheias.
A alfabetização e o letramento também são cruciais para promover a inclusão e a acessibilidade na educação. Logo, ao garantir que todas as crianças tenham a oportunidade de desenvolver habilidades de leitura e escrita, independentemente de suas habilidades ou origens socioeconômicas, estamos criando um ambiente educacional mais inclusivo e igualitário.
A infância é marcada por uma curiosidade inata e uma capacidade natural de se maravilhar com o mundo ao redor. Nesse sentido, ao proporcionar experiências de leitura e escrita envolventes e inspiradoras, os educadores e pais podem nutrir e fortalecer a imaginação das crianças, estimulando seu potencial criativo. Além disso, jogos, charadas, adivinhações e atividades interativas podem ser utilizados como ferramentas para ensinar as letras, palavras e conceitos, tornando o aprendizado mais divertido e cativante. Essa abordagem lúdica estimula a criatividade das crianças, ao mesmo tempo em que as auxilia a internalizar conceitos importantes de forma mais natural e prazerosa.
Alfabetização e letramento na construção da autoconfiança e autoestima
O processo de alfabetização e letramento envolve desafios que, quando superados, têm um impacto significativo na autoconfiança das crianças. Afinal, ao sentirem-se capazes de acompanhar as lições e interagir com o conteúdo, elas tornam-se mais engajadas e interessadas no processo educacional. Esse engajamento positivo reforça sua autoconfiança e autoestima, tornando-as mais motivadas a aprender e a participar ativamente da sala de aula. A aquisição de habilidades de leitura e escrita contribui, ainda, para o reconhecimento do valor individual das crianças. Esse reconhecimento reforça a autoestima, permitindo que as crianças se sintam valorizadas como indivíduos únicos e capazes de contribuir de forma significativa para a comunidade e a sociedade.
A alfabetização e o letramento nos anos iniciais da educação desempenham um papel essencial na formação de cidadãos críticos e conscientes. Essas habilidades capacitam as crianças a compreender, analisar e questionar o mundo ao seu redor. Através da leitura e escrita, as crianças desenvolvem uma visão mais ampla da sociedade e são preparadas para serem cidadãos ativos, capazes de participar de forma significativa na construção de um mundo mais justo e igualitário. Nesse sentido, a leitura é uma das principais ferramentas para o desenvolvimento do pensamento crítico. Afinal, ao entrar em contato com uma variedade de fontes de informação, as crianças aprendem a analisar diferentes perspectivas e questionar as informações apresentadas. A alfabetização também proporciona às crianças o acesso a informações sobre seus direitos e deveres como cidadãos. Essa compreensão é essencial para uma cidadania responsável e engajada.
Alfabetização e letramento na redução das desigualdades sociais
A alfabetização e o letramento nos anos iniciais da educação são ferramentas poderosas na luta contra as desigualdades sociais. O acesso igualitário a uma educação de qualidade nessa fase da vida é um fator determinante para o desenvolvimento intelectual e social das crianças. Através da promoção da alfabetização, é possível diminuir as disparidades educacionais e sociais, garantindo que todas as crianças tenham as mesmas oportunidades de crescimento e realização. Portanto, a alfabetização tem um papel transformador na quebra do ciclo de pobreza e exclusão social.
Crianças que têm acesso à educação de qualidade nos anos iniciais têm maiores chances de alcançar um nível educacional mais elevado, o que, por sua vez, aumenta suas perspectivas de emprego e oportunidades na vida adulta. Através do investimento na alfabetização, é possível criar um caminho para a mobilidade social, permitindo que as crianças superem as barreiras impostas pelo ambiente socioeconômico em que nasceram.
Como você pôde ver, o letramento e a alfabetização nos anos iniciais cumpre um papel de suma importância não só para o desenvolvimento da criança, mas também para o futuro da sociedade. E, quem atua profissionalmente nessa área, tem uma das missões mais importantes no mundo contemporâneo: formar cidadãos críticos e conscientes, capazes de discernir entre o certo e o errado, e construir seu próprio futuro.
Dicas de alfabetização e letramento nas séries iniciais
A alfabetização e letramento nas séries iniciais, mais especificamente do 1º ao 3º ano, são processos de aprendizagem inicial da língua escrita para crianças entre 6 e 8 anos. Muitas pessoas não sabem diferenciar o conceito desses termos. Acreditam se tratarem da mesma coisa. Porém, isso não é verdade.
Para facilitar o entendimento, vejam os dois conceitos:
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Alfabetização se refere a aquisição de uma tecnologia, em que as crianças aprendem a transformar os sons da fala (fonemas) em letras (grafemas).
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Letramento é capacitar o aluno para que utilize essa tecnologia, a alfabetização, em sua realidade. Seja produzindo, lendo ou compreendendo textos. Afinal, não basta saber decodificar sons em letras. Para além disso, a língua escrita tem a função de inserir a criança social e culturalmente.
Portanto, para cada processo é preciso que haja respeito as suas especificidades, fazendo uso de diferentes meios linguísticos e cognitivos. Porém, a alfabetização e o letramento devem andar em paralelo. Ou seja, toda criança deve ser alfabetizada ao mesmo tempo em que é letrada. O professor, ator essencial no processo de ensino e aprendizagem, precisa entender como a criança constrói o seu conhecimento. Para ser eficaz em sua prática pedagógica, é importante que tenha domínio de fundamentos psicológicos, fonológicos (representação dos sons em letras), linguísticos e sociolinguísticos (as diferentes formas de falar dentro da sociedade).
Da mesma forma que é desafiante para o professor, alfabetizar e letrar, para os alunos há, também, uma série de dificuldades. Aprender um sistema de representação dos sons da fala em grafia, é complexo e abstrato. A criança precisa fazer essa descoberta aos poucos, por meio de orientação, provocações e uma boa dose de paciência. Com esse texto, trazemos dicas de como alfabetizar e letrar nas séries iniciais, mais especificamente, do 1º ao 3º ano. Mas, antes de mais nada, você precisa saber que não existe um método pronto para esse processo. É necessário que o professor tenha, como base, a fundamentação teórica e a aplique, adaptando o ensino conforme as demandas de aprendizado de seus alunos.
Dicas de alfabetização e letramento nas séries iniciais
Por meio de suas vivências, as crianças aprendem a língua escrita antes mesmo de irem para a escola. Seja visualizando placas nas estradas, vendo seus pais escreverem recados ou através dos cartazes pendurados no supermercado. Porém, é na escola, mediante conhecimentos sistematizados, que são alfabetizadas e letradas.
O processo de alfabetização e letramento se dá por ciclos que, geralmente, perduram até o final do Ensino Fundamental. Conforme divisão abaixo:
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Introdução: do Maternal até o Infantil II;
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Básico: 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental;
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Consolidação: 4º e 5º ano do Ensino Fundamental;
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Ampliação: 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental.
Vale destacar que esses ciclos podem não se aplicar para alguns alunos. Cada criança tem seu ritmo e ele precisa ser respeitado para que o aprendizado aconteça. Outros pontos a serem levados em consideração no planejamento das aulas, são os três tipos de desenvolvimento que ocorrem junto ao processo de alfabetização e letramento. São eles
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Consciência fonológica,
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Desenvolvimento psicogenético
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Conhecimento das letras.
Conforme a imagem abaixo, o primeiro estágio de desenvolvimento psicogenético é o icônico. Nele, a criança, na tentativa de escrever, esboça traços abstratos. À medida que seu desenvolvimento acontece, o estágio de sua escrita avança.
1º e 2º ano
Quando as crianças iniciam no Ensino Fundamental, o professor precisa avaliar o que aprenderam na Educação Infantil para, a partir daí, montar sua estratégia de trabalho. O esperado é que, ao entrarem no 1º ano, estejam no estágio silábico com valor sonoro. E, no final dos dois primeiros anos das séries iniciais, sejam todos alfabéticos, ou seja, tenham dominado o sistema de escrita.
Ao concluírem o 2º ano, conseguirão, em sua maioria, ler e escrever textos de estrutura simples e pequenos. Para facilitar o processo de aprendizado nessa fase, confira as dicas a seguir.
Concretize o som das palavras
No início do 1º ano, ainda é comum que as crianças escrevam letras na tentativa de reproduzir sílabas. Uma maneira de resolver essa dificuldade é com representação numérica.
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Ensine os alunos a contarem, nos dedos, o número de sílabas da palavra. Assim, quando forem escrevê-las, repetirão a contagem, o que ajuda na concretização do som das palavras.
Leia as frases, fazendo pausas a cada palavra
Outra dificuldade comum é na composição das frases. Quando falamos, não utilizamos espaço entre as palavras. Porém, na escrita, elas precisam de espaçamento para serem compreendidas. O trabalho do professor, aqui, é separar aquilo que não separamos na hora de verbalizar as frases.
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Para isso, leia a sentença, apontando para cada palavra no quadro ou livro. Assim, o aluno conseguirá visualizar com facilidade os espaços. Você pode, também, pedir para que escrevam cada palavra em um quadrado, facilitando a composição das frases.
Ensine através de metáforas
Na hora de separar as sílabas de uma palavra como, estrela, a maioria das crianças tem dificuldade, nesse caso, com o “tre”, por possuir mais de duas letras em sua composição.
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Para isso, utilize metáforas, chamando o “r”, por exemplo, de intruso ou ajudante. Diga que trata-se de um som que se intrometeu na sílaba. Desta forma, a explicação se torna lúdica e facilita o aprendizado.
Utilize o texto como ponto de partida para todas as atividades
Para que adquiram consciência fonológica e conhecimento aprofundado das letras, todas as atividades devem se basear em textos.
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No 1º ano, as crianças, ainda que verbalmente, começam a criar histórias. Com base nessa atividade, você pode pedir que escrevam uma frase daquilo que mais marcou para eles na narrativa.
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Já no 2º ano, os alunos conseguem compor um texto maior, que vai além das frases. Nesse caso, peça que criem e escrevam uma pequena história.
3º ano
Durante os dois primeiros anos do Ensino Fundamental, é comum haver a percepção de pausas no aprendizado. O salto maior acontece no 3º ano, pois é quando a criança consolida a utilização do sistema de escrita e as normas básicas de ortografia. É, nesse momento, que o aluno passa da leitura e escrita de palavras para a elaboração de textos que contenham introdução, desenvolvimento, conclusão e o uso, relativamente correto, da ortografia. Aqui, a criança começa a distinguir, em um nível ainda básico, os diferentes tipos de produções textuais.
Incentive a leitura
Os alunos devem memorizar a grafia das palavras, portanto, precisam praticar a leitura. Quanto mais lerem, mais desenvolverão sua capacidade de escrita.
Faça diferentes atividades, sempre tomando os textos como base
Proponha o máximo de atividades que puder envolvendo textos.
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Leia-os em conjunto com a turma, discuta sobre o tema lido, peça que indiquem, por exemplo, tempo, ação e lugar relacionados à produção textual em questão. Faça, também, atividades de produção e revisão de diferentes tipos de textos para que, ao final, consigam diferenciar cada um deles.
Resumindo, abaixo elencamos boas práticas para que a alfabetização e letramento na Educação Infantil aconteçam da melhor maneira em sua sala de aula:
Traga a atenção para os sons
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Para desenvolver a consciência fonológica nos alunos, faça com que prestem atenção no som das sílabas e palavras, em vez de focar em suas imagens.
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Na fase icônica, ao pedir que a criança escreva a palavra carro, ela o desenhará. Porém, você deve ensiná-la a escrever a representação dos sons e não a imagem que lembra o objeto.
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Mas, como explicar ao aluno que escrever não é desenhar? Uma ideia é ensinar uma cantiga e, depois, escrever sua letra, no quadro, junto com as crianças. Com isso, elas associarão o som das palavras a sua escrita.
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Para prender, ainda mais, a atenção aos sons, procure por letras de cantigas com rimas ou que iniciem, cada estrofe, com palavras semelhantes
Segmente o som das palavras
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Para alcançar a fase silábica, é importante que a criança compreenda o som das palavras de forma segmentada.
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Um exercício para trabalhar os sons, de maneira lúdica, é contar o número de palmas batidas a cada sílaba pronunciada. Você pode, também, substituir as palmas por uma cartela que deve ser preenchida com tampas de garrafas pet, conforme o número de sílabas para cada palavra.
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As parlendas também são ótimos recursos para trabalhar o som das sílabas. Quem aqui não lembra da famosa rima: “Uni duni tê, salamê minguê”?
Faça os alunos tocarem nas letras
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Visualizar as letras apenas no papel, pode ser abstrato para os alunos. Tocá-las é muito mais eficaz.
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Letras em EVA ou desenhos na areia do parquinho, por exemplo, são ideias para envolver as crianças e tornar o processo de aprendizado ainda mais engajante.
Tenha os textos como pilares de todas as atividades
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Como falado no início do texto, a criança, para ser inserida no mundo da escrita, precisa ser alfabetizada e letrada ao mesmo tempo.
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Faça com que o aprendizado adquirido na alfabetização seja utilizado em situações reais, através da leitura e da produção textual.
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A biblioteca escolar, em conjunto com a literatura infantil, devem ser centrais no processo de alfabetização e letramento na Educação Infantil.
Provoque reflexões
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O papel do professor é orientar a criança e provocar reflexões acerca do objeto de estudo. De forma alguma, deverá impor desejos pessoais ou regras para o aluno.
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A primeira infância é marcada por intensos processos de desenvolvimento. Por isso, é importante que o professor tenha formação adequada para entender os alunos e trabalhar com eles da melhor maneira possível.
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Foque mais em expectativas do que em metas.
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Cada aluno tem um ritmo de aprendizado e o ideal é que o professor desenvolva seu trabalho com paciência, focado muito mais em expectativas do que em metas.
A alfabetização e letramento na Educação Infantil deve focar em ensinar o que o aluno não aprendeu até o momento, independente da sua idade ou de seu estágio de desenvolvimento.
Dentre centenas de Sites destinados a apoiar e assessorar o professor das séries iniciais do Ensino Fundamental no Brasil, com materiais especiais, sugerimos os Sites ao lado.
ANTONIO A. BELELLI - Mestre em Educação, Licenciado em Pedagogia, Pós-graduado em Direção Escolar e Coordenação Pedagógica, Neuropedagogo e Neurocientista. Especialista em Psicologia da Educação.