Você não pode mudar o que sente, mas pode aprender o que fazer com seus sentimentos. Nós do LIV – Laboratório Inteligência de Vida – acreditamos nesse conceito e por isso levamos para escolas de todo o Brasil um programa de educação socioemocional que ajuda estudantes a conhecerem seus sentimentos e a desenvolverem habilidades para a vida.
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Discalculia: Entendendo Causas, Sintomas e Opções de Tratamento
Imagine que a matemática é como um idioma estrangeiro e que, independentemente do quanto você tente, você simplesmente não consegue entendê-la. Isso é o que pessoas com discalculia, uma disfunção do aprendizado relacionada à matemática, experimentam diariamente. Essa condição pode afetar pessoas de todas as idades, tornando tarefas matemáticas diárias uma verdadeira luta.
A discalculia é um distúrbio de aprendizagem que se caracteriza pela dificuldade em compreender e manipular números. Ela afeta áreas específicas do desenvolvimento cognitivo, extrapolando os simples problemas de matemática. Por possuir natureza neurobiológica, distingue-se de dificuldades com números resultantes de instrução inadequada ou baixo rendimento escolar.
Uno dos problemas centrais da discalculia é a dificuldade em entender e processar quantidades. Isso significa que uma pessoa com discalculia pode ter problemas para entender a diferença entre 10 e 20, ou ter dificuldade em compreender conceitos como “maior que”, “menor que” ou “igual a”. Isso pode tornar tarefas que levam em conta a quantificação, da matemática à cozinha, incrivelmente desafiadoras.
A discalculia também pode afetar o aprendizado de sequências, como a ordenação correta dos números, sequências de ações ou até mesmo o entendimento do andamento do tempo. Isso pode tornar a aprendizagem de conceitos de tempo bastante desafiadora. Por exemplo, uma pessoa com discalculia pode ter dificuldade em entender por que um minuto tem 60 segundos e uma hora tem 60 minutos.
Além disso, pode existir uma dificuldade em aplicar e entender conceitos abstratos de números e matemática. Conceitos como os números não são concretos, e para uma pessoa com discalculia, o desafio de aplicar esses conceitos abstratos a situações da vida real pode ser extremamente difícil. É importante notar que a discalculia varia consideravelmente de pessoa para pessoa, dificultando sua identificação e tratamento. Contudo, entender a natureza e impacto da discalculia fornece uma base para o desenvolvimento de estratégias de tratamento eficazes.
Identificando as Causas da Discalculia
Compreender as causas da discalculia é vital para planejar intervenções eficazes. Embora a causa exata seja desconhecida, pesquisas indicam uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Entendê-los pode contribuir para uma melhor compreensão da condição. Em primeiro lugar, essa dificuldade de aprendizagem parece ter uma base genética. Estudos mostram que os indivíduos com parentes próximos com discalculia têm maior probabilidade de serem afetados. Assim, uma predisposição genética pode estar envolvida.
As diferenças neurobiológicas também são consideradas um fator contribuinte. Muitos estudos sugerem que pessoas com discalculia podem ter uma estrutura cerebral diferenciada ou uma conectividade neural incomum. Além disso, certas condições médicas e psicológicas estão associadas à discalculia. Por exemplo, pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) são mais propensas a desenvolver discalculia.
Por fim, os fatores ambientais também desempenham um papel. Situações traumáticas, privação socioeconômica ou uma educação inadequada podem influenciar o aparecimento dessa dificuldade. Entender a origem da discalculia é essencial para desenvolver métodos efetivos de tratamento. É uma tarefa complexa, porém, fundamental para ajudar as pessoas a superarem suas dificuldades com a matemática.
Sintomas e Sinais de Alerta da Discalculia
A discalculia pode ser difícil de identificar, por isso conhecer os sintomas e sinais de alerta pode ser uma ferramenta útil. A principal indicação é uma dificuldade constante em aprender e compreender conceitos matemáticos. Pode parecer como se a pessoa estivesse sempre “atrasada” no aprendizado matemático, mesmo quando se esforça muito. Outro sinal comum é a dificuldade em realizar cálculos mentais simples. Para muitos de nós, adicionar, subtrair, multiplicar e dividir pequenos números é algo que fazemos intuitivamente. Para quem sofre de discalculia, porém, pode ser uma batalha.
Confusão sobre conceitos de tempo e direção também pode ser um indicativo. Alguém com discalculia pode ter dificuldade em entender questões como “quanto tempo um minuto realmente dura?” ou “o que significa virar à esquerda?”.
E não podemos esquecer da dificuldade em entender e manipular números, seja na forma escrita ou quando estão sendo falados. Números e operações matemáticas podem parecer um emaranhado confuso que simplesmente não faz sentido. Cada pessoa é única e experimentará a discalculia de maneira diferente. Por isso, se acreditar que está lidando com alguém que sofra desta condição, um profissional qualificado deve ser consultado.
Discalculia x Dislexia: Entendendo as Diferenças
A discalculia e a dislexia são, frequentemente, confundidas devido ao impacto significativo que ambas têm sobre a aprendizagem. No entanto, é importante entender que estas são duas condições distintas com causas, sintomas e estratégias de tratamento diferentes.
A discalculia, é uma dificuldade específica de aprendizagem com caráter neurobiológico, manifestando-se na dificuldade de compreender números e operações matemáticas. Em contraste, a dislexia é uma dificuldade específica na leitura e na escrita, onde o indivíduo tem problemas com a fonética e a ortografia das palavras. Um dos principais contrastes entre ambas é que a discalculia está relacionada com a habilidade de processar quantidades e conceitos matemáticos, enquanto a dislexia está mais relacionada com a linguagem.
Ambas as condições são uma realidade para muitas pessoas, mas a dislexia é mais conhecida e pesquisada do que a discalculia. Isso faz com que a discalculia seja frequentemente negligenciada ou mal diagnosticada. Entretanto, proficientes em hipnose clínica possuem diversas técnicas que podem ser empregadas para auxiliar tanto pessoas com dislexia quanto com discalculia, atuando sempre de forma ética, e alinhada aos métodos científicos. Compreender o contraste entre essas duas condições é crucial para desenvolver estratégias específicas de ensino e tratamento que atendam às necessidades únicas de pessoas com dislexia ou discalculia.
Diagnóstico de Discalculia: Como é feito
A discalculia, como outras condições de aprendizagem, requer um diagnóstico cuidadoso por profissionais experientes. O processo de diagnóstico envolve uma série de etapas para garantir que a condição seja identificada adequadamente.
Primeiramente, realiza-se uma entrevista detalhada com os pais e o aluno. É crucial obter um histórico completo do desenvolvimento da criança, seu desempenho escolar e quaisquer dificuldades específicas que possam ter ocorrido.
Em seguida, são aplicados testes padronizados por profissionais habilitados, que avaliam habilidades importantes, como raciocínio matemático, memória de trabalho e habilidades visoespaciais. Testes de inteligência ou cognitivos também podem ser realizados para descartar outras condições de aprendizagem.
Além dos testes formais, a observação direta da criança em seu ambiente de aprendizagem é outro aspecto importante do diagnóstico. Isso pode incluir assistir à criança realizando tarefas matemáticas, interagindo com colegas e professores, e lidando com atividades cotidianas que envolvem o uso de números. É muito importante mencionar que a discalculia não é diagnosticada apenas com base em baixos resultados em matemática, mas também é necessário excluir outras possíveis causas, como distúrbios emocionais, déficits visuais ou auditivos, ou ensino inadequado.
Tratamento e Estratégias Compensatórias para Discalculia
Para combater a discalculia, é necessário um amplo conjunto de estratégias de tratamento e compensação. Um ponto crucial é a intervenção pedagógica individualizada, abordando as dificuldades específicas do indivíduo.
O suporte psicológico também é fundamental para lidar com possíveis sequelas emocionais do transtorno, como baixa autoestima e ansiedade relacionada à aprendizagem. Além disso, existem várias técnicas e estratégias compensatórias que podem ser usadas. Por exemplo, aprender a utilizar calculadoras, aplicativos de matemática ou até mesmo aprender outras maneiras de chegar ao resultado de uma operação matemática podem ser soluções viáveis.
Também são válidas as abordagens que utilizam jogos e atividades lúdicas para fomentar o raciocínio e a compreensão matemática, pois podem tornar o processo de aprendizagem menos estressante e mais motivador.
Entender a discalculia, suas causas, sintomas, e opções de tratamento é essencial para quem deseja auxiliar as pessoas que sofrem com essa condição. Ao longo deste artigo, discutimos o conceito da discalculia, suas principais causas, os sintomas a serem observados e as abordagens de tratamento existentes.
A hipnose clínica é um método poderoso para tratar a discalculia. Trata-se de uma abordagem que usa sugestões positivas para ajudar a desbloquear o potencial de aprendizagem e superar as barreiras psicológicas que podem estar agravando o problema. Vale lembrar que é fundamental que o tratamento seja conduzido por um profissional capacitado. É importante lembrarmos que a hipnose clínica pode ser uma aliada nesse processo, visto que ela pode ajudar a amenizar o stress e a ansiedade associados ao diagnóstico e tratamento dessa condição, potencializando os resultados obtidos através de práticas baseadas em evidências.
Perguntas Frequentes
Qual é a prevalência da discalculia?
A discalculia afeta aproximadamente 3 a 6% da população mundial. No entanto, sabe-se que muitos casos ainda não são diagnosticados, tornando este número provavelmente mais alto.
Existe cura para discalculia?
A discalculia é considerada uma condição de vida toda, o que significa que não tem cura. No entanto, com as estratégias de aprendizagem adequadas e intervenções personalizadas, as pessoas com discalculia podem aprender a ter sucesso na matemática.
A discalculia tem relação com outros tipos de transtorno de aprendizagem?
Sim, a discalculia é muitas vezes acompanhada por outras condições, como a dislexia. No entanto, é importante destacar que estas são condições separadas que necessitam de estratégias de tratamento diferentes.
Como a discalculia é diagnosticada?
O diagnóstico da discalculia é muitas vezes um processo complexo que envolve avaliações detalhadas dos padrões de aprendizagem da pessoa. Isto pode incluir testes de habilidades matemáticas, avaliações psicológicas e observações do comportamento e da interação da pessoa com a matemática.
As crianças superam a discalculia?
Embora algumas crianças possam aprender estratégias para lidar com a discalculia, trata-se de uma condição que geralmente persiste na vida adulta. Com o suporte adequado, muitas crianças com discalculia se tornam adultos funcionais e de sucesso.
Teste de Discalculia
Este Teste de Discalculia é um questionário simples e breve que pretende ajudá-lo a identificar se tem discalculia. Não substitui um diagnóstico realizado por profissionais, pode apenas ser considerado como um pré-diagnóstico.
O diagnóstico correto e apurado terá de ser realizado por profissionais e técnicos da área.
Por isso se responder “sim” a metade ou mais das perguntas consulte o mais rápido possível um profissional da área, somente este poderá diagnosticar e avaliar o melhor tratamento para a discalculia apresentada.
Instruções:
* Este teste/avaliação é recomendado para jovens (a partir dos 15 anos) e adultos de ambos os sexos
* Todas as questões devem ser respondidas baseadas no seu comportamento ou acções dos últimos meses.
* Marque o item que melhor o descreve em cada questão, certificando-se de que todas as questões são respondidas. Responda SIM ou NÃO.
Às vezes, ao copiar os números, escreve-os na ordem errada.
Não - Sim
Ao usar um telemóvel ou telefone escrevo os números na ordem errada.
Não consigo lembrar-me de números, mesmo quando os uso regularmente.
Não - Sim
Somar e subtrair são operações difíceis para mim.
Não - Sim
Não consigo compreender frações.
Não - Sim
Não compreendo o significado de números pares e ímpares.
Não - Sim
Quando alguém fala sobre números pares e ímpares tenho de pensar muito bem
para identificar cada um.
Não - Sim
Nunca poderei trabalhar numa loja porque tenho dificuldade em fazer os trocos.
Não - Sim
Os relógios analógicos confundem-me sempre.
Não - Sim
Nunca consegui subtrair números grandes.
Não - Sim
Não consigo perceber a tabuada.
Não - Sim
Não consigo identificar os símbolos matemáticos, por exemplo – ou +, às vezes não sei o seu nome
ou o que cada um significa.
Não - Sim
Todos na minha turma sabem o que á raiz quadrada, mas na realidade eu não sei.
Não - Sim
Acho muito difícil copiar um conjunto de números do quadro para o caderno.
Não - Sim
Mesmo quando uso uma calculadora o resultado não está certo.
Não - Sim
Quando tenho de resolver um problema, muitas vezes perco-me e não consigo terminar.
Não - Sim
Às vezes esqueço-me do nome de formas geométricas como triângulo ou círculo.
Não - Sim
Quando resolvo um exercício matemático, a folha fica sempre uma trapalhada.
Não - Sim
Às vezes sei a resposta para um problema matemático, mas não sei explicar como lá cheguei.
Não - Sim
Fico mesmo confuso com números elevados como 1,000 e 9,999 e não consigo
identificar qual é o mais elevado.
Não - Sim
Quando viajo não consigo perceber o valor do dinheiro dos outros países.
Não - Sim
Não compreendo porcentagens.
Não - Sim
Não tenho ideia de como resolver problemas do tipo “Se um homem demora 5 minutos
a percorrer 10 kilómetros, quanto tempo demora a percorrer 12 km?”,
mesmo que outros na minha turma o consigam.
Não - Sim
A matemática assusta-me. Na realidade não compreendo como funciona.
Não Sim
Algumas vezes quando tenho de responder a uma pergunta relacionada com números,
não consigo lidar bem com isso e fico muito ansioso.
Não - Sim
Fonte:
Educa Mais
Sociedade Brasileira de Hipnose
Antonio A. Belelli - Neurocientista