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Até hoje, ainda existem muitas perguntas sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que não foram completamente respondidas. Entretanto, com o aumento dos casos mais informações são buscadas e hoje, já podemos responder algumas das perguntas principais, a primeira delas é: O que é autismo?

O que é Autismo

O primeiro fato importante para conhecer é que o termo autismo que basicamente é a nomeação mais “simples” do nome: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), o nome científico. O autismo é um transtorno neurológico, que afeta sobretudo o comportamento, mas não é causado por alterações visíveis no cérebro. O diagnóstico do transtorno normalmente é feito clinicamente, com a observação de comportamento do paciente e só pode ser feito por um especialista médico. Nessa observação são buscados sintomas de comportamentos específicos, como: dificuldade em interações sociais, dificuldade qualitativa de comunicação, comportamentos restritos e repetitivos e em alguns casos dificuldade de controle emocional. É importante observar que existem diferentes graus de autismo e que os sintomas e características podem variar de pessoa para pessoa. Outro ponto relevante é que os sintomas surgem normalmente durante a infância, a partir dos 3 anos de idade.

Resumidamente, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que se estende por toda a vida e afeta os indivíduos em graus variados. Caracteriza-se por dificuldades de interação social, comunicação e padrões repetitivos de comportamento. E, ao contrário de outros distúrbios, o TEA afeta cada um de um modo diferente, do mesmo que e a gravidade dos sintomas pode variar de leve a grave. Interessante, não é? Em geral, o TEA é diagnosticado já na primeira infância, embora algumas pessoas possam não receber o diagnóstico até mais tarde na vida.

 

De modo que é importante observar que não se trata de uma doença ou o resultado de uma má educação, mas sim de uma condição neurológica que afeta a maneira como o cérebro processa as informações.

Causas do autismo

Sempre para entendermos complemente uma doença ou pelo menos tentarmos entender, é importante saber quais são suas causas, saber isso também ajuda na prevenção e em possíveis tratamentos e diagnósticos. Mas isso não acontece nesse caso, saber causas do transtorno não ajudam muito a dizer o que é o autismo, isso porque a definição das causas são muito complexas. Dentro do que é mais comum, pode-se dizer que a origem é genética, podendo ainda ser hereditária, com anormalidades cromossômicas, mas além disso acredita-se também que fatores externos e ambientais contribuem para o transtorno.

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Algumas características de uma criança com TEA

A criança com TEA pode apresentar algumas dificuldades na comunicação social, ou seja, na interação com outras pessoas, tanto pela comunicação verbal ou não verbal. Outra característica são os gostos e interesses peculiares e específicos. Por exemplo, uma criança autista pode desenvolver um interesse persistente por engenharia.

Esse gosto fará com que a criança queira ver e saber tudo sobre como as coisas funcionam, a ponto de conseguir memorizar dados e informações importantes sobre o assunto. Outra característica que pode ser vista é a preferencia por ter uma única rotina e resistência a mudanças, e em alguns casos qualquer alteração nesses aspectos podem desencadear fortes respostas emocionais.

Quais os tipos de autismo?

De acordo com a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças – 11.ª revisão), hoje o autismo é classificado por níveis (ou graus) de 1 a 3, que variam e refletem na necessidade de suporte que uma criança necessita para se desenvolver.

  • Nível 1: leve – necessidade de pouco apoio;

  • Nível 2: moderado – necessidade moderada de apoio;

  • Nível 3: severo – muita necessidade de apoio substancial

 

Vale lembrar que autismo leve, moderado ou severo, são terminologias que fazem parte de uma linguagem coloquial, para assim facilitar o entendimento das pessoas cuidadoras, e tornar acessível à informação para diferentes níveis de jornada e conhecimento. A CID-11, é um manual organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem como objetivo oferecer uma linguagem comum para que profissionais da saúde de especialidades e países diferentes possam se comunicar sobre transtornos, doenças, lesões e causas de mortalidade. Nele constam informações diagnósticas do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

CID-10

Antes de ser reestruturada, a CID-11 também apresentava em sua classificação os tipos de autismo. Em sua 10ª edição, a anterior CID-10 (Classificação Internacional de Doenças – 10a revisão), o autismo se encontrava na classificação dos Transtornos Globais do Desenvolvimento (F84). Dessa forma, era possível que uma pessoa fosse diagnosticada com:

  • F84.0 – Autismo infantil

  • F84.1 – Autismo atípico

  • F84.2 – Síndrome de Rett

  • F84.3 – Outro transtorno desintegrativo da infância

  • F84.4 – Transtorno de hipercinesia associada a retardo mental e a movimentos estereotipados

  • F84.5 – Síndrome de Asperger

  • F84.8 – Outros transtornos globais do desenvolvimento

  • F84.9 – Transtornos globais não especificados do desenvolvimento

Com a mudança, o TEA passou a ser classificado de acordo com a necessidade de suporte de cada pessoa e a gravidade dos sintomas. É importante lembrar que a necessidade de suporte varia conforme as diferentes idades e também situações em que a criança está inserida, como, por exemplo, quando a família recebeu o diagnóstico, quando iniciou as terapias com os profissionais indicados e até mesmo quando a criança passou a apresentar os sinais de autismo.

 

Nível 1: TEA leve 

O TEA de nível 1, também conhecido como "autismo de alto funcionamento", representa indivíduos que precisam de apoio mínimo. Eles podem ter dificuldades com interações sociais e comunicação, mas podem funcionar de forma independente na maioria das áreas de suas vidas. Essas pessoas podem ter um forte interesse em tópicos ou atividades específicas e podem ter mais dificuldades com mudanças na rotina. De modo que os desafios enfrentados por indivíduos com TEA de nível 1 incluem dificuldades tais como  entender sinais sociais, manter contato visual e participar de conversas recíprocas. Assim como eles também podem ter sensibilidades sensoriais e ter dificuldades com transições ou mudanças em seu ambiente. Apesar desses desafios, as pessoas com TEA de nível 1 podem levar uma vida plena com o apoio e a compreensão adequados.

Nível 2: TEA moderado 

O TEA de nível 2 representa indivíduos que precisam de apoio mais substancial, com dificuldades mais acentuadas em  interações sociais e comunicação em comparação com o TEA de nível 1. Os indivíduos nesse nível podem ter fala limitada ou usar padrões de linguagem repetitivos. Tanto quanto podem apresentar interesses restritos e se envolver em comportamentos repetitivos. Outros desafios enfrentados por indivíduos com TEA de nível 2 incluem dificuldade para iniciar interações sociais, compreender conceitos abstratos e adaptar-se a mudanças na rotina ou no ambiente. Também podem depender de suportes visuais ou métodos de comunicação alternativos para ajudá-los a navegar na vida cotidiana. Entretanto, com o apoio e a intervenção adequados, os indivíduos com Transtorno do Espectro Autista de nível 2 podem fazer progressos significativos em suas habilidades sociais e de comunicação.

Nível 3: TEA grave - Características e desafios

O TEA de nível 3 representa indivíduos que precisam de assistência e apoio substanciais em todas as áreas de suas vidas. Ou seja, é composto por pessoas que possuem dificuldades graves na sua comunicação social chegando a ter a fala limitada ou nenhuma, por exemplo. Assim como também podem se envolver em comportamentos repetitivos e ter interesses altamente restritos. Outros desafios enfrentados por indivíduos com TEA de nível 3 incluem dificuldades significativas na compreensão e no uso da linguagem falada, interações sociais limitadas e um alto nível de dependência de rotinas exatamente sem quaisquer alterações. Igualmente, podem ter sensibilidades sensoriais que afetam seu funcionamento diário. De modo que as pessoas que convivem com Transtorno do Espectro Autista de nível 3 precisam de apoio intensivo e intervenções especializadas para ajudá-las na grande maioria das suas atividades diárias. 

Manual DSM-5

Outro manual de classificação de doenças muito conhecido é o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), utilizado especialmente para a descrição de quadros diagnósticos de saúde mental. Foi a partir do DSM-5 que o autismo deixou de ser chamado de Transtorno Global de Desenvolvimento, e passou a ser chamado de Transtorno do Espectro do Autismo, além de ser classificado como um dos Transtornos do Neurodesenvolvimento, o qual é caracterizado pelas dificuldades de comunicação e interação social e também os comportamentos restritos e repetitivos.

DSM-4 e os tipos de autismo

Ainda no DSM-4, manual anterior ao DSM-5 (que contém dados mais atualizados sobre o TEA), havia tipos de autismo, sendo divididos em:

  • Autismo infantil;

  • Síndrome de Asperger;

  • Transtorno Desintegrativo da Infância;

  • Transtorno Invasivo de Desenvolvimento Sem Definição Específica.

Foi com a mudança do DSM-5 que o termo Síndrome de Asperger deixou de ser utilizado e, aqueles que se enquadraram anteriormente nesse diagnóstico, passaram a ser identificados como autistas com nível de necessidade de suporte 1, coloquialmente chamado de autismo leve.

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Os critérios diagnósticos para cada nível de TEA estão descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que é amplamente utilizado por profissionais de saúde para diagnosticar e classificar o autismo. Estes critérios incluem deficiências na comunicação e interação social, bem como a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. É importante observar que a gravidade dos sintomas e o nível de apoio necessário podem variar entre os indivíduos de cada nível. É necessária uma avaliação completa por um profissional qualificado para determinar o nível adequado de diagnóstico e suporte para cada indivíduo. 

Sinais precoces e de alerta para TEA em crianças

Reconhecer os primeiros sinais e os sinais de alerta do Transtorno do Espectro Autista  em crianças é fundamental para a intervenção e o apoio precoces. Alguns sinais precoces comuns do TEA podem incluir:

1. Atraso ou limitação no desenvolvimento da fala

2. Falta de atenção conjunta ou interesses compartilhados

3. Comportamentos repetitivos, como bater as mãos ou balançar

4. Dificuldade com interações sociais e comunicação

5. Sensibilidades ou aversões sensoriais

6. Não imitam 

7. Não atendem quando são chamados

8. Podem não realizar o sorriso social

9. Não compartilham atenção

10. Dificuldade de transições

11. Dificuldade de controle motor ...

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Sobretudo, é importante lembrar que os primeiros sinais de TEA podem variar muito entre os indivíduos, e nem todas as crianças apresentarão os mesmos sintomas. Portanto, se você se encontra em preocupação com o desenvolvimento do seu filho, é recomendável consultar um profissional de saúde para uma avaliação abrangente. 

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A importância da intervenção e do diagnóstico precoces

A intervenção e o diagnóstico precoces desempenham um papel crucial na melhoria dos resultados para indivíduos com Transtorno do Espectro Autista. De modo que cada vez mais pesquisas publicadas mundo afora demonstram que a intervenção precoce pode levar a melhorias significativas na comunicação social, no comportamento e nas habilidades cognitivas. Desta forma, o diagnóstico precoce permite a implementação de suporte e intervenções apropriadas, adaptadas às necessidades do indivíduo. As propostas de intervenção variam muito, pois, como você já viu, o próprio TEA é bastante diverso. Assim, os programas de intervenção precoce podem incluir terapia da fala, terapia ocupacional, treinamento de habilidades sociais e intervenções comportamentais. Em comum, o que essas intervenções têm, é o objetivo de aprimorar as habilidades de comunicação, as interações sociais e a independência. Com intervenção e apoio precoces, os indivíduos com Transtorno do Espectro Autista podem desenvolver as habilidades necessárias para levar uma vida plena, significativa, com crescimento e realizações pessoais. 

A partir de um ano e meio de idade, alguns sinais de autismo já podem aparecer – até mesmo mais cedo em casos mais graves. Há uma grande importância de iniciar o tratamento o quanto antes, mesmo que ainda seja apenas uma suspeita clínica, pois, quanto antes iniciam-se as intervenções, maiores são as possibilidades de melhorar a qualidade de vida da pessoa. É fundamental que a criança seja assistida quando for brincar, pois os pequenos são muito sensoriais, eles gostam de tocar o outro, por exemplo.

Sendo assim, eles correm e pegam o coleguinha que, por sua vez, dentro do espectro, tem sensibilidade ao toque. Portanto, o acompanhamento precoce é sempre a melhor alternativa. O tratamento psicológico com evidência de eficácia, segundo a Associação Americana de Psiquiatria, é a terapia de intervenção comportamental, aplicada por psicólogos. Como o tratamento para autismo é interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes podem se beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros profissionais. A família precisa de muito apoio e orientação em todo o processo, pois não é fácil a busca por tratamentos e aceitação do diagnóstico. É importante seguir as recomendações dadas pelo profissional que forneceu o diagnóstico. Após isso, buscar terapias nas áreas indicadas pode contribuir com o caso.

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Como o TEA pode afetar a visão?

O Transtorno do Espectro Autista pode influenciar a percepção visual das pessoas de maneiras diversas. Alguns indivíduos com o transtorno experimentam hipersensibilidade ou hipossensibilidade visual, tornando-os extremamente sensíveis ou menos sensíveis a estímulos visuais intensos, como luzes brilhantes ou cores vibrantes. Isso pode resultar em desconforto visual ou uma falta de resposta a certos estímulos visuais.

Além disso, o processamento visual pode ser desafiador para algumas pessoas com Transtorno do Espectro Autista, de modo que podem ter dificuldade em filtrar e selecionar informações visuais relevantes, enfrentando distração constante ou ou mesmo sentir uma sobrecarga sensorial.

A percepção de faces e expressões faciais também pode ser afetada, dificultando a compreensão das emoções e das interações sociais. Outra característica é o processamento visual não-linear, no qual alguns indivíduos com Transtorno do Espectro Autista podem focalizar em detalhes, mas têm dificuldade em identificar padrões visuais complexos ou entender a organização espacial em um ambiente, o que pode afetar a compreensão de mapas, diagramas e instruções visuais sequenciais, por exemplo. 

Buscar apoio médico especializado, incluindo consultas com médicos, oftalmologistas e terapeutas ocupacionais, é fundamental para lidar com esses desafios visuais específicos do Transtorno do Espectro Autista. Outra bom recurso é o uso de óculos com filtro anti luz azul, pois ajuda a reduzir a sensibilidade à luz que algumas pessoas com o transtorno podem experimentar. Esses óculos filtram a luz azul emitida por dispositivos eletrônicos e ambientes iluminados, proporcionando alívio na sensibilidade visual e auxiliando na redução da sobrecarga sensorial. 

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Estereótipos: a ficção e a vida real

Apesar da inegável contribuição trazida pela presença de personagens do espectro autista em produções audiovisuais, especialistas apontam que ainda existem caminhos a serem percorridos no sentido de estereótipos. Há, por exemplo, falta de diversidade na apresentação desses personagens em séries de TV: em todas elas, os personagens têm autismo leve, o que representa apenas 30% das pessoas que têm autismo. Essa representação distorcida favorece uma visão do autismo como sendo apenas aquelas pessoas superinteligentes. Por isso, é importante ainda que as representações revelem toda a multiplicidade do espectro, visto que, na maioria das vezes (quase 70% dos casos), ocorre a presença de prejuízos intelectuais. 

A série Atypical, produzida pela plataforma de streaming Netflix, retrata de forma bem-humorada a vida de um jovem autista na adolescência (interpretado por Keir Gilchrist) e sua busca por amor e independência. No Brasil, a expressão Transtorno do Espectro Autista passou a ser usada a partir de 2013. Desde então, profissionais da área da psicologia buscam entender e aprender cada vez mais sobre esses indivíduos. Por isso, é de extrema importância que os profissionais que optem por atuar nesta área se especializem. Entender as demandas que essas crianças e jovens necessitam e atuar de forma assertiva no acompanhamento terapêutico é fundamental.

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Conheça 14 sinais que são comuns em crianças com autismo

Em resumo, acreditamos ser muito importante que os sinais do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) sejam identificados logo no início. Um erro bastante comum é acreditar que o diagnóstico pode ocorrer apenas quando a criança está com três anos ou mais. Hoje já sabemos que há casos de autismo que já podem ser identificados antes dos 18 meses de vida ou até mesmo antes. Quanto mais cedo buscar o diagnóstico e começar as intervenções e estimulações precoces melhor será para o desenvolvimento da criança. A intervenção precoce é fundamental para que a criança consiga desenvolver as habilidades cognitivas, sociais e de linguagem. Dessa forma, a criança terá mais qualidade de vida, independência e autonomia. Vale destacar que o diagnóstico do TEA é clínico, baseado em evidências científicas, de acordo com os critérios estabelecidos pelo DSM–V (Manual de Diagnóstico e Estatístico da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-11 (Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde – OMS). Sendo assim, não existe um exame específico que identifique o autismo. Os sinais de autismo são muito amplos e voltados a comunicação social, reciprocidade social e comportamentos restritos e repetitivos. A seguir, veja 14 sinais que são muito comuns em crianças com autismo. Veja bem, são comuns, não significa que todas as crianças apresentarão todos esses sinais.

1.Dificuldade de contato visual

A criança não olha quando é chamada pelo nome ou não sustenta o olhar. A criança pode ter  dificuldade em responder por conta de uma sensação de desconforto quando expostas a muitos estímulos sociais.

Muitos não conseguem se concentrar na fala e nos olhos das pessoas ao mesmo tempo. E também não entendem que o olhar fornece informações em uma interação. É importante que seja realizado um rastreamento visual. A criança precisa olhar para o objeto mesmo quando ele é deslocado ou se ela vai se perder. Costumam olhar para objetos e não no olho quando os adultos conversam com ela.

2. Dificuldade de interação

Muitas crianças e adultos autistas apresentam dificuldades na interação social e precisam de ajuda para aprender a agir em diferentes tipos de situações sociais.

É comum que o autista tenha dificuldade de entender outras pessoas, como expressões faciais ou linguagem corporal. Além de não gostarem tanto de contato físico e afetivo. Também não gostam de compartilhar objetos e preferem brincar sozinhos. Por conta disso, sentem mais dificuldade de fazer amigos. A criança autista não responde a sorrisos e mudanças de expressão facial.

3. Não imitam

Os bebês começam a imitar atitudes e comportamentos simples por volta dos seis a oito meses de vida.

A criança neurotípica tem a capacidade de  copiar as ações de adultos e colegas. Crianças que estão no espectro costumam ter grande dificuldade em imitar. Isso pode comprometer o seu desenvolvimento. Com um ano de idade eles já imitam movimentos simples como bater palmas, mostrar a língua de volta e repetir movimentos. A criança também tem a habilidade de repetir as vocalizações do adulto.

4. Não atendem quando são chamadas

A criança com autismo normalmente não responde quando é chamado pelo nome. Geralmente, o bebê neurotípico (não autista) reage ao ser chamado. Além de  responder a estímulos. Isso normalmente não acontece com crianças com autismo. É como se não estivessem ouvindo e não interajam com os pais e familiares.  Podem também fixar o olhar em algum objeto incomum.

5. Podem não realizar o sorriso social

A criança muitas vezes não responde ao sorriso dos pais e nem sorri de volta em resposta.

6. Não compartilham atenção

A atenção compartilhada acontece quando duas pessoas focam em um mesmo objeto ou dão atenção para uma mesma conversa, por exemplo. Essa atenção pode ocorrer por meio do olhar, gestos ou quando alguém aponta ou indica algo, além de palavras.

7. Não buscam atenção

A criança com autismo normalmente não busca atenção dos adultos e prefere brincar sozinha. Podem não partilhar o prazer e o sorriso.

8. Dificuldade de transições

Os autistas têm dificuldade de mudar de atividades. A criança neurotípica, geralmente, encerra uma atividade e começa outra sem dificuldade ou choros.

9. Dificuldade de controle motor

Muitas crianças com autismo apresentam dificuldades na coordenação motora. Apresentam dificuldade de olhar e direcionar para a ação ou realizar brincadeiras simples que exijam a coordenação como pegar objetos.

10. Atraso na fala

A criança acima de dois anos que não fala palavras ou frases deve receber maior atenção. Alguns autistas apresentam problemas de fala ou atraso de linguagem. A criança que está demorando muito para balbuciar ou falar as primeiras palavras deve ser acompanhada por um pediatra.

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11. Movimentos estereotipados ou atípicos

Os autistas podem realizar movimentos, comportamentos e/ou atividades desencadeadas de maneira involuntária e repetitiva. Com isso, podem chacoalhar as mãos, balançar-se para frente e para trás, correr de um lado para outro, pular ou girar sem motivos aparentes.

Os movimentos podem se intensificar em momentos de felicidade, tristeza ou ansiedade.

12. Não usam a comunicação não verbal

A criança, geralmente, não usa as mãos para indicar algo que quer. Algumas pessoas com autismo não verbal desenvolvem a capacidade de usar algumas palavras de maneira significativa, mas são incapazes de continuar qualquer tipo de conversa. Nesses casos, podem se comunicar por meio da linguagem escrita, por gestos, cartões ou por meio da tecnologia com aplicativos ou eletrônicos.

13. Comportamentos sensoriais atípicos

Autistas podem ter uma sensibilidade maior aos estímulos do ambiente ou ainda uma sensibilidade muito menor. Quando há hipersensibilidade, a pessoa percebe os estímulos do ambiente com mais facilidade. Já quem tem hipossensibilidade precisa de bastante excitação ou esforço para sentir o estímulo.É muito comum pessoas com autismo apresentarem essas questões sensoriais e se sentirem incomodadas com sons, luzes, texturas, movimentos, toques e sabores. E isso pode levar a crises.

14. Apego a objetos

Crianças com autismo, muitas vezes, tendem a brincar da mesma forma ou com o mesmo objeto.Há uma fixação por determinados objetos, de forma que a criança passe o dia apenas com aquele brinquedo. Crianças neurotípicas tendem a mudar de interesse e buscar novos objetos.

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Terapias Indicadas no Tratamento do TEA

 

O autismo é uma condição de saúde que não pode ser generalizada, pois cada paciente apresenta uma peculiaridade. Por isso mesmo, especialistas preferem se referir ao distúrbio como TEA (Transtorno do Espectro Autista). Tais diferenças resultaram na existência de uma série de terapias indicadas para tratamento de autistas.

 

A multidisciplinaridade é outra característica importante quando o assunto é o TEA, pois essas terapias indicadas para tratamento de autistas envolvem médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, pedagogos e professores.

 

Tais intervenções são essenciais para melhorar a comunicação e a concentração de pessoas com TEA. Também são importantes para conter ou substituir as estereotipias problemáticas por outras mais saudáveis. Assim como para ajudá-las a lidarem com as demais possíveis condições associadas, sempre pensando em proporcionar mais qualidade de vida e bem-estar.

ABA

 

Nesse sentido, uma das principais terapias indicadas para tratamento de autistas na atualidade é a ABA (Análise do Comportamento Aplicada), a intervenção que mais tem se mostrado efetiva.

 

Utilizada em pacientes com TEA desde a década de 1980, a ABA consiste no ensino intensivo das habilidades necessárias para que indivíduo se torne independente e tenha a melhor qualidade de vida possível. Definida como "aprendizagem sem erro", trabalha, basicamente, o reforço dos comportamentos positivos.

 

TEACCH

 

Outro método de ensino largamente utilizado com pessoas que têm TEA é o TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados à Comunicação).

 

Criado no final da década de 1960 nos Estados Unidos, é adotado por diversos profissionais para trabalhar os problemas relacionados à comunicação e para ensinar habilidades a autistas.

 

Também é um método comportamental, mas voltado fundamentalmente ao ambiente pedagógico, que deve ter cuidados especiais em relação à organização visual e estrutura.

 

Entre os objetivos dessa ferramenta, além de habilitar pessoas com autismo a se comportarem de forma tão funcional e independente quanto possível, está a promoção do atendimento adequado também a familiares e outras pessoas que convivem com autistas.

 

PECS

 

Ainda na lista de terapias indicadas para tratamento de autistas está o PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Imagens). Desenvolvido nos EUA em 1985, foi utilizado pela primeira vez no Delaware Autism Program.

 

Trata-se de um método de comunicação alternativa para indivíduos que não conseguem falar, mas apontam para figuras como forma de conversação. O material utilizado são cartões com figuras que representam objetos e situações que a criança utiliza para expressar o que quer.

 

Posteriormente, o sistema passa a ensinar a discriminação de imagens e como as combinar para formar frases. Nas fases mais avançadas, os pacientes são ensinados a responderem perguntas e fazerem comentários.

 

FONOAUDIOLOGIA

 

A Fonoaudiologia está entre as terapias fundamentais para ajudar no processo de desenvolvimento da comunicação verbal de pessoas com autismo. Durante as sessões com o fonoaudiólogo, são feitos diversos exercícios, inclusive jogos e brincadeiras, que podem ajudar a criança a aumentar o seu vocabulário e melhorar a entoação da voz.

 

No caso dos autistas severos e moderados, pode ser necessário utilizar métodos alternativos de comunicação como os PECS. Por isso, a avaliação fonoaudiológica é importante para que se desenvolva um trabalho específico para cada paciente.

 

FISIOTERAPIA

 

A Fisioterapia também está entre as terapias indicadas para tratamento de autistas. O fisioterapeuta atua diretamente nas habilidades motoras da pessoa com TEA para desenvolver e aprimorar funções básicas, como andar, sentar, ficar de pé, jogar, rolar, tocar objetos, engatinhar e se locomover de maneira geral.

 

Outro papel fundamental da Fisioterapia é o fato de que as habilidades aprendidas também vão ajudar na interação da criança com seus colegas, pois, ao ter pleno domínio de suas habilidades motoras, ela será capaz de se envolver em jogos e brincadeiras com mais confiança e segurança.

 

TERAPIA OCUPACIONAL

 

A Terapia Ocupacional é outra área do conhecimento voltada ao tratamento de indivíduos portadores de TEA.

 

Um terapeuta ocupacional infantil busca trabalhar três principais áreas: atividades de vida diária, atividades relacionadas à escola e atividades relacionadas ao brincar. O objetivo é ajudar o autista a se tornar mais independente e melhorar a qualidade de vida em casa e na escola.

 

Entre as inúmeras habilidades que a TO pode promover, está a de ir ao banheiro, se vestir, escovar os dentes, pentear os cabelos, calçar os sapatos e se alimentar sozinho.

 

A Terapia Ocupacional também apoia o desenvolvimento da coordenação motora fina necessária para escrever ou cortar com uma tesoura; estimula a coordenação motora ampla e o equilíbrio; e ajuda na percepção de competências, tais como dizer as diferenças entre cores, formas e tamanhos.

 

MUSICOTERAPIA

 

A música, por sua vez, ajuda a criança autista a entender as emoções, aumentando sua interação com o mundo à sua volta. O objetivo não é aprender a cantar ou tocar instrumentos.

 

O mais importante é saber ouvir e se expressar por meio dos sons que esses instrumentos podem produzir e também através de movimentos de dança, por exemplo, num ambiente descontraído.

 

EQUOTERAPIA

 

Já a terapia com cavalos é muito útil para melhorar a reação de endireitamento do corpo quando a criança está em cima do animal. Também auxilia na coordenação motora, no controle da respiração e no desenvolvimento da autoconfiança do autista.

 

MEDICAMENTOS

 

Embora não existam remédios específicos para tratar e curar a TEA, o médico pode receitar, paralelamente às já citadas terapias indicadas para tratamento de autistas, medicamentos que combatam sintomas que interferem diretamente na qualidade de vida do paciente.

 

Entre esses sintomas, estão agressividade, hiperatividade, compulsividade, dificuldade para lidar com a frustração, ansiedade, depressão e alterações do sono.

 

ALIMENTAÇÃO

 

É importante que a alimentação da criança com TEA seja diversificada e rica em vitaminas e minerais que garantam seu crescimento saudável. Isso porque é muito comum que o autista tenha alterações nos hábitos alimentares, podendo recusar a comida pela textura, sabor ou cheiro com mais frequência.

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Conclusão e importância da conscientização sobre o TEA

Concluindo, o Transtorno do Espectro do Autismo é uma condição complexa que se apresenta de diferentes maneiras. A compreensão dos diferentes níveis de TEA pode ajudar todo nós a promover maior empatia, compreensão e apoio às pessoas que convivem com essa condição.

Ao reconhecer e respeitar os desafios exclusivos enfrentados por quem convive com TEA, podemos criar uma sociedade mais inclusiva e solidária. Aumentar a conscientização sobre o TEA é fundamental para quebrar barreiras, reduzir o estigma e garantir que as pessoas com TEA tenham oportunidades iguais para atingir seu potencial máximo.

É sobre não excluir e sobre abraçar, apoiando as diferenças.

Porque quando compartilhamos nosso conhecimento e promovemos a aceitação, podemos criar um mundo mais inclusivo e compreensivo para as pessoas com TEA e suas famílias. Juntos, podemos causar um impacto positivo e criar uma sociedade que abrace realmente a neurodiversidade. 

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Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas

Fernando José Silveira

Possui graduação em Psicologia e especialização em Neuropsicologia pelo CEPSIC – HCFMUSP. Mestre e doutor em Psicologia pela Universidade São Francisco/SP, com área de concentração em Avaliação Psicológica.

 

Antonio A. Beleli

Possui Mestrado em Educação pela UNADES. Especialista em Neurociências e Neuropedagogia pela FTB Tocantins. Licenciado em Pedagocia pelo Instituto Saber.

 

Isabela Marques 

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Alexandre R. Marra

Pesquisador do Instituo Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

https://autismsciencefoundation.org/what-is-autism/autism-diagnosis/

https://www.autismspeaks.org/signs-autism

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